A Professora Célia Cunha, responsável pela Biblioteca Anísio Teixeira, apresentou os resultados do Projeto "Escrevendo com Arte".
Nós assistimos as belíssimas apresentações de poesias e autorretratos...
Realmente, faz um bem enorme ouvir e sentir essas maravilhas!
Parabéns Célia! Você nos surpreende a cada dia!
Parabéns aos participantes! Vocês tocaram fundo em nossa alma... Tudo de bom!
E o nosso pimpolho Flávio, heim... Quem diria! Um poeta em descoberta!!!
Valeu, gente!!!
Queremos mais!!!
TIVEMOS UMA TARDE MUITO PRAZEROSA REALMENTE, COM MUTAS EMOÇÕES A COMEÇAR PELO PROFESSOR RICARDO, QUE NOS SURPREENDEU COM UM POEMA MATEMÁTICO E AS DEMAIS PESSOAS NÃO FICARAM ATRÁS DECLAMANDO BELÍSSIMOS POEMAS, EMOCIONANDO A TODOS. ANO QUE VEM TEM MAIS, SE DEUS QUISER.
ResponderExcluircélia, as fotos ficaram ótimas e mostram o sucesso do seu projeto! gostaria de estar lá com vcs, me deleitando em poesias. parabéns a todos que participaram! bjs leni.
ResponderExcluirCélia e seus projetos. Parabéns querida, sua atuação nesta Biblioteca tem sido um sucesso! Isso aí, ano que vem tem mais e muito mais, se Deus quiser. Parabéns!
ResponderExcluirProfessora Célia
ResponderExcluirFiquei bastante impressionado com a linha poética dos participantes no seu projeto, “Escrevendo com Arte”, como tem gente talentosa. O que pude perceber no seu projeto, que algo similar deveria ser desenvolvido nas escolas com os alunos, e como incentivo premiando com medalhas para as melhores poesias.
. Por circunstância do tempo não pude produzir a minha. Mas para não chegar ao evento de mãos atadas levei a poesia de Millôr Fernandes.
Sugestões para Coordenadores, Professores de matemática e demais pessoas interessadas.
Gestar II – Matemática – Formador: Prof. Ricardo.
Poesia Matemática, de Millôr Fernandes.
As folhas tantas
Do livro matemático
Um quociente apaixonou-se
Um dia
Doidamente
Por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
E viu-a, do Ápice à Base,
Uma figura Ímpar;
Olhos rombóides, boca trapezóide.
Corpo Octogonal, seios esferóides.
Fez da sua
Uma vida
Paralela à dela
Até que se encontraram
No infinito.
“Quem és tu?”, indagou ele
Com ânsia radical.
“Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode me chamar de hipotenusa.”
E de falarem descobriram quem eram
- O que, em aritmética, corresponde
A almas irmãs –
Primos - entre - si.
E assim se amaram
Ao quadrado da velocidade da luz
Numa sexta potenciação
Traçando
Ao sabor do momento
E da paixão
Retas, curvas, círculos e linhas senóidais.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclideanas
E os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
E, enfim, resolveram se casar
Constituir um lar.
Mais que um lar,
Uma perpendicular.
Convidaram para padrinhos
O Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
Sonhando com uma felicidade
Integral
E diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones.
Muito engraçadinhos.
E foram felizes
Até aquele dia
Em que tudo, afinal,
Vira monotonia.
Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum
Freqüentador de Círculos Concêntricos.
Viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela,
Uma Grandeza Absoluta,
E reduziu-a a um Denominador Comum.
Ele, Quociente, percebeu
Que com ela não formava mais Um todo,
Uma Unidade. Era o Triângulo,
Tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era a fração
Mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade
E tudo que era espúrio passou a ser
Moralidade
Como, aliás, em qualquer
Sociedade.
Trinta anos de mim mesmo, Millôr Fernandes. Rio de Janeiro, Nórdica, 1972.